The Shadow



What do you do when you wither and suffer?

Clenching hands in a tight grip.
Don't falter,
Don't let the wall come down.
Look through the glass that's cracking.
There's a shadow always lurking,
Whispering.
It sees your weakness, feeds from it.
You fight it with all your strenght,
but it always comes back.
All you can do is push it away.
Lock the cage for as long as you can.
On the outside, there's nothing but pieces put together for the world.
On the inside, the constant battle.
You can't erase the presence of the shadow.
It's always there.
And it wants to come out.


O Jogo da Morte




- Então, se eu ganhar… eu posso voltar, e você me deixará em paz.
- Por enquanto, sim.
- Como eu sei se você não está mentindo?
A figura encapuzada suspirou. Lidar com mortais demandava muita paciência.
- Você não tem como saber. Mas não é como se houvesse escolha.
A garota tremeu diante daquelas palavras.
- Vai querer jogar, ou não? - perguntou a Morte.
Um momento de indecisão, e a resposta foi dada em um sussurro.
- Sim.

De dentro de sua capa, a Morte retirou um maço de cartas de aspecto envelhecido. A parte de trás de cada uma continha o desenho de uma caveira cujos olhos, embora nada mais que buracos negros, pareciam fitar a garota do outro lado da mesa. Lentamente, aqueles dedos ressecados que mais se assemelhavam a garras puxaram uma das cartas e a mostraram. Tratava-se de uma réplica diminuta de uma foto da menina com a família.
- As regras são simples.
A carta foi depositada sobre a mesa de cabeça para baixo. A Morte, então, puxou mais duas do monte e novamente as ergueu. O que se seguiu foi uma espécie de ganido de medo, emitido pela única humana daquele lugar ao contemplar duas imagens suas, com o rosto ensangüentado e o corpo repousando sobre um caixão.
Morta.
- Você já deve conhecer esse jogo. É um dos meus favoritos. Sabe porquê? – continuou a ceifadora enquanto repetia o processo feito com a primeira carta – Porque é imprevisível. Eu morro de curiosidade de saber como cada partida terminará!
Ela soltou uma risada diante de seu... senso de humor. A garota se sentia gelada, seus olhos fixos em qualquer lugar menos na figura que ria à sua frente. Um grito estrangulado tentava sair por sua garganta, mas era sufocado. A única coisa que a mantinha sã era a pequena esperança de ganhar e retornar à sua vida.
A Morte voltou à explicação.
- Há três cartas alinhadas nesta mesa. Sua tarefa é simples: irei misturá-las, e você deve escolher entre elas. Somente uma – acredito que saiba qual é – representa sua chance de se livrar de mim. Caso não a escolha, te levo comigo. Você terá treze segundos para decidir. Entendeu tudo?
- Entendi.
Era tão simples. A garota fixou os olhos na carta central, a que ela sabia conter a foto de sua família. Bastava acompanhar seu movimento, assim saberia em qual lugar terminaria. A pontinha de esperança em seu peito pareceu crescer um pouco mais.
A Morte, por baixo de seu capuz, sorriu, e começou a mexer as cartas.
Nos segundos iniciais, a menina chegou até a esboçar um sorriso – seria fácil demais! Poderia até fingir alguns instantes de dúvida antes de anunciar sua decisão, assim a Morte pensaria que não passava de pura sorte. Sua salvação estava bem ali, naquela pequena caveira de olhos negros extremamente... profundos e... hipnotizantes...
As imagens gravadas no centro das cartas pareceram tomar vida e saltar do papel. Uma luz avermelhada surgiu em seus globos oculares, ficando cada vez mais intensa, fazendo a visão da garota se embaçar. Os ouvidos dela foram tomados por gritos de agonia misturados a risadas delirantes.
Quando já acreditava que sua cabeça iria explodir, tudo sumiu. As caveiras voltaram a ser nada além de gravuras, e os únicos sons que podia ouvir eram sua respiração ofegante e as batidas aceleradas de seu coração. As garras da Morte cessaram seu movimento, e as cartas retomaram a sua posição de alinhamento no centro da mesa.
- O tempo acabou. Escolha.
Não sabia qual era a certa. A garota sentiu o pânico surgindo, o medo e a ansiedade ameaçaram tomar conta de seu corpo enquanto ela encarava as opções à sua frente e não conseguia decidir.
- Escolha. – repetiu a Morte, sua voz dessa vez mais áspera.
Com uma mão trêmula, a carta da direita foi apontada. Lágrimas caíam sobre a mesa enquanto as garras se estendiam e agarravam o pedaço de papel, para então virá-lo lentamente.
E revelar a imagem de um cadáver.
- Parece que você perdeu.
O grito que lutava para sair desde o começo daquele encontro ecoou pelo lugar, ao mesmo tempo em que a garota se levantava e tentava se afastar da mesa, tropeçando após alguns poucos passos. A risada da Morte voltou a ecoar enquanto ela se aproximava de sua vítima.
- Talvez o jogo não seja tão imprevisível assim. Afinal... eu sempre ganho!






Pegou as fotos nas mãos.
Através das imagens, reviveu cada momento, relembrou cada risada, cada conversa e cada brincadeira. Recordou-se das amizades, das pessoas que por pouco tempo ocuparam um espaço na sua vida, porém por tempo o suficiente para tornarem-se especiais.
Depois de tudo, só restou a saudade, a vontade de voltar e fazer tudo de novo. E as lembranças,
aquelas que duram para sempre, gravadas nas fotos em suas mãos e na memória de cada um.



Livros em Pauta: evento literário e lançamentos de livros



Olá pessoal!
Hoje o post é um pouco diferente do usual, porque eu venho divulgar para vocês o evento LIVROS EM PAUTA.
Além de contar com a presença de diversos escritores e profissionais da área da literatura, haverá palestras e lançamentos de vários livros da Editora Andross... inclusive a antologia Entrelinhas - Vol. 2, na qual estarei participando com 2 contos de minha autoria!
Convido a todos vocês para prestigiar o evento, que tem tudo para ser um grande sucesso. Abaixo está o release oficial para quem quiser obter mais informações sobre a programação!


O LIVROS EM PAUTA – ENCONTRO DE LEITORES COM ESCRITORES E OUTROS PROFISSIONAIS DO LIVRO ocorrerá em 09 de junho de 2012 e abordará alguns temas que envolvem produção, distribuição e demais etapas do processo editorial




REDES SOCIAIS DO EVENTO


O evento contará com dois auditórios, um com 50 e outro com 60 lugares, onde acontecerão palestras, debates e mesas-redondas com profissionais da área.


Todas estas atrações são gratuitas e estarão reunidas no China Trade Center, na zona Sul de São Paulo. Para a programação nos auditórios é necessário retirar senha com 30 minutos de antecedência. Quem não puder comparecer poderá assistir às atividades online por intermédio de exibição via twitcam. Basta acessar o website do evento e se conectar: www.livrosempauta.com


Enquanto as atividades acontecem nos auditórios haverá uma feira de livros no saguão do China Trade Center. “Queremos oferecer livros a preços populares”, explica o criador e organizador do evento, o escritor Edson Rossatto. “Teremos livros que custarão a partir de R$ 4,90”, completa. Rossatto estima que comparecerão cerca de 600 pessoas, entre leitores, escritores amadores e demais profissionais do livro.

Entre os nomes confirmados estão os escritores de micronarrativas Samir Mesquita, Wilson Gorj, Tiago Moralles e Carlos Seabra, o advogado especialista em direitos autorais Gilberto Maryot, os editores Ednei Procópio e Maurício Muniz, a escritora e preparadora de originais Helena Gomes, o assessor de imprensa especializado no mercado editorial Jota Silvestre, os capistas Rafael Victor e Welby Dantas e os livreiros Daniel Honorato e Rafael Seibel.

Abaixo programação completa:

10:30 – (Auditório 1) Palestra “Bastidores editoriais: o funcionamento de uma editora”, com Ednei Procópio
11:00 – (Auditório 2) Palestra “Direitos Autorais: princípios e conceitos básicos que todo escritor deve conhecer”, com com Gilberto Mariot
13:00 – (Auditório 1) Palestra "O livro na mídia: como divulgar lançamentos", com Jota Silvestre
13:00 – (Saguão) Lançamento de livros

  • 72 horas para morrer, com o autor Ricardo Ragazzo 
  • A série de livros Kaori, com a autora Giulia Moon 
  • Cira e o Velho, com o autor Walter Tierno 
  • Diários do Purgatório, com a autora Juliana Dacoregio 
  • Fábulas ao Anoitecer e As Crônicas de Kira, com a autora Georgette Silen 
  • O Despertar das Tatuagens, com a autora Rosana Rios 
  • O Mistério do Rio das Rosas Brancas, com o autor Kizzy Ysatis
13:30 – (Auditório 2) Debate “Literatura minimalista: tendência, modismo ou um novo gênero?”, com  Samir Mesquita. Tiago Moralles, Carlos Seabra e Wilson Gorj, sob mediação de Edson Rossatto
15:00 – (Auditório 1) Palestra “Preparação de Originais: o ajuste profissional no texto do autor”, com Helena Gomes
15:00 – (Saguão) Lançamento de livros

  • Dimensões.BR - Volume 2 (Vários autores) 
  • Caminhos do Medo - Volume 2 (Vários autores) 
  • Histórias Envenenadas - Volume 2 (Vários autores) 
  • Entrelinhas - Volume 2 (Vários autores) 
  • Moedas para o Barqueiro - Volume 3 (Vários autores) 
  • Dias Contados - Volume 3 (Vários autores)
16:30 – (Auditório 2) Debate "Vitrines e Prateleiras: quais são os critérios utilizados pelos livreiros para expor um livro?", com Daniel Honorato e Rafael Seibel, sob mediação de Maurício Muniz
17:00 – (Auditório 1) Debate “Julgue pela capa: conceitos de desenvolvimento da “cara” do livro”, Rafael Victor e Welby Dantas, sob mediação de Chico Anes
18:30 – (Saguão) Lançamento de livros

  • Cem Toques Cravados - 2ª Edição Revista e Ampliada Toques Para Mulheres, com o autor Edson Rossatto


Serviço:

LIVROS EM PAUTA – ENCONTRO DE LEITORES COM ESCRITORES E OUTROS PROFISSIONAIS DO LIVRO

Data: 09 de junho de 2012, das 10h às 20h

Entrada: Gratuita

Local: China Trade Center - Rua Pamplona, 518 – Cerqueira César – São Paulo

Informações: (11) 2943-7687

Promoção e realização: Andross Editora 

Patrocínio: China Trade Center, Editora Europa, Gráfica Viena
Apoio: Okê Representações
Media Partner: Revista Fantástica

Mudanças


Existir.
Respirar, sobreviver.
Observar os dias passando como nada mais do que uma espectadora.
Monotonia.
Eu não quero existir.
Eu quero viver.
Quero rir, chorar, sorrir, dançar, tomar chuva, cantar a plenos pulmões. Sair, correr, gritar, sem me importar com o que as pessoas vão dizer. Tentar o impossível, sonhar o inacreditável. Brincar de ser inconstante. Sentir que faço a diferença - nem que seja somente em meu próprio mundo.
Desde que nada fique igual por muito tempo. 


Ruínas



Você quer morrer.

Os passos dele estão se aproximando, e cada um soa como uma martelada em sua cabeça. Ele está vindo novamente, e você já perdeu a conta de quantas vezes ele já veio. A única coisa que sabe é que não pode fugir nem se esconder, e mesmo assim a cada segundo você se encolhe mais e mais contra a parede, porque ele está vindo e está trazendo mais dor e humilhação e ódio e desespero.
 Há quanto tempo está ali? Você não se lembra. Horas, dias, meses, quem se importa? Você não é mais Viviane, a empresária bem-sucedida que vivia uma vida normal e que pertencia a um mundo normal. Agora você pertence àquela cela imunda, sem janelas e mal iluminada; você é uma boneca de trapos cuja única companhia é o monstro, de olhos escuros e máscara de gente, que abre a porta e sorri um sorriso demoníaco enquanto repete aquela frase que diz toda vez que vem visitá-la.
- Hoje é um dia especial, Nanda.
Você não é mais Viviane. Você é Nanda, a boneca de trapos do monstro.

Você quer morrer.

Você ouve um guincho que lhe machuca os ouvidos e que lhe arrepia, e então percebe que ele saiu de sua própria boca. O monstro se aproxima, e você abraça o seu corpo nu e machucado e se encolhe ainda mais contra a parede. Ele ri e agarra seus pulsos com força para levantá-la, e quando a boca dele se choca contra a sua com violência você fica paralisada – de ódio, de nojo, de medo.
O monstro percebe sua falta de reação e separa seus rostos o bastante para lhe dar um tapa. Você já deveria estar acostumada com isso, não é a primeira vez que acontece; porém o gosto de sangue preenche sua boca e você se sente nauseada.
- Você não gosta de mim, Nanda? Vai embora de novo, Nanda?
Você sabe que tem que tentar não irritá-lo, porque se ele se irritar será muito pior. Então você reúne fôlego o suficiente para dizer, em uma voz tão rouca e quebrada que mal reconhece como a sua.
- Eu... gosto de você. Eu não... não vou embora.
- MENTIRA!
O monstro grita e a atira contra a parede, e seu crânio atinge a pedra com um som seco. Você sente a dor e vê a máscara de gente do monstro se deformando, transformando-se em um esgar de ódio, algo inumano que faz com que o medo se torne pavor.

Você quer morrer.

O monstro a levanta somente para jogá-la ao chão novamente, e então a chuta e a ergue de novo, trazendo-a para perto com um aperto de ferro que machuca seus quadris. Quando ele fala, seu hálito quente toca seu rosto; você sente o cheiro do álcool.
- Eu não vou deixar você ir embora dessa vez, Nanda. Vai aprender quem é que manda. Você se acha melhor do que eu, mas eu vou te provar que você... não... é!
As últimas três palavras são acompanhadas por um aumento na pressão de suas mãos, e então ele a beija outra vez, e dessa vez você o beija de volta, com a esperança de que isso faça com que seja mais fácil.
Não faz.
Logo o monstro se despe também e se deita sobre você. Você tenta ignorar a dor e esquecer que está ali, que é Nanda, que não é mais Viviane, que pertence a uma cela imunda e a um monstro violento e doente. Mas ele não a deixa esquecer, porque toda vez que você fecha os olhos ele os força a abrir novamente com um tapa. Para que você o veja. Para que Nanda saiba quem é que manda.

Você quer morrer.

Quando ele sai, trancando a porta, você fica caída no chão, sem qualquer força ou vontade de se mexer. Você ouve os passos dele se distanciando. Todo o seu corpo dói e você se sente suja e imunda e indigna. Logo a sua respiração entrecortada é o único som que você escuta. Você não suporta esse som, já que ele significa que você ainda está viva e isso quer dizer que o monstro vai voltar e trazer a dor e a humilhação e o ódio e o desespero novamente.

Porque você é a boneca de trapos do monstro.

Você é Nanda.

Você quer morrer.

Cobre


- Por favor – ela sussurrou no momento em que a primeira gota de chuva caía.

O loiro fitou aqueles olhos de avelã.

- Não – disse virando-se para sair dali.

- Por que? – perguntou Lenna, segurando-o pelo pulso e o fazendo parar. Outro pingo. E mais outro.

Diego soltou-se do aperto de mão dela, mantendo-se de costas, mas não se afastando. Não devia, não podia. Não podia estragar a vida dela como haviam feito com a sua. Mesmo que isso significasse que eles deveriam se separar. Mesmo que ele não desejasse que isso acontecesse.

- Por que, Diego? Eu estou pedindo, eu quero...

- Você não sabe o que está dizendo! Você não sabe como é ser... o que eu sou! – exclamou Diego e um trovão cortou o céu. Se ela não parasse de pressioná-lo, ele iria acabar cedendo. Por ela. Droga.

- Não, e só tem um jeito de descobrir, não é? – Lenna puxou-o pelo ombro, fazendo com que ele ficasse de frente para ela e visse a determinação estampada em seus olhos.

- Você não vai querer descobrir, Lenna. – sua voz estava calma, mas uma batalha era travada dentro de si. Desejo contra desejo. Razão contra impulso. Humano contra criatura.

E a chuva caía mais forte, encharcando as roupas deles, que se grudavam nos corpos. Os cabelos de Diego colaram-se à sua testa, mas ele os deixou ali; estava concentrado em olhar Lenna. Por que ele tinha que se apaixonar por ela? Justamente por ela? Se não tivesse se apaixonado tudo seria mais fácil. Eles não estariam ali, naquela situação, e não estaria chovendo.

- Por que?

- Que droga, Lenna, pare de perguntar o porquê das coisas! – ele exclamou perdendo a paciência e começando a andar de um lado para o outro, o que indicava que estava nervoso. Outro trovão cortou o céu e a água açoitava seus corpos e as coisas à sua volta. Diego parou de andar e respirou fundo, tentando recuperar seu autocontrole. – Você quer saber por que? – ela confirmou – Ótimo. Então eu vou te dizer e vamos ver se depois disso você desiste dessa loucura.

Diego andou até ficar novamente parado na frente dela. Por um momento, ficaram se olhando em silêncio, e a única coisa que se ouvia era o som da chuva caindo em volta deles. Então Diego começou a falar, e seus olhos cinzas nunca pareceram tão escuros quanto naquele momento.

- Você sente sua carne se dilacerando por entre presas e sente dor. Sente o sangue jorrando. Sua vista embaça e você grita, e grita e grita, mas a dor não para. Coisas acontecem na sua cabeça, sons. Os gritos que você ouve te deixam com medo e você tem medo do que acontecerá a seguir. Sua respiração vai ficando fraca, você sente seus órgãos parando de funcionar, um a um, como em uma máquina quebrada. – ele parou por um instante e depois continuou – Então a dor passa e as presas deixam sua carne. Você cai no chão, semiconsciente, perguntando-se por que diabos ainda está vivo. Mas você não está vivo, de verdade.  O sangue não corre mais em suas veias e você não sente o pulsar de um coração. Sua pele está pálida e fria como a morte. Então você se levanta e depois de um tempo você compreende. Então sai à procura de pessoas, de vítimas, de carne, de sangue. – a chuva caía mais forte do que nunca. Um galho de árvore caiu ali perto com a força do vento, mas eles não notaram. Só tinham olhos um para o outro. – E você passa a causar às pessoas tudo o que um dia você sofreu e desejou que nunca ninguém passasse. Você está amaldiçoado, até a eternidade, e não pode mudar isso. Seu destino é ser criatura. – Diego terminou de falar, mas continuou a olhar para Lenna, cuja expressão era difícil de identificar por entre as gotas de chuva.

Diego levantou a mão para acariciar o rosto dela, aproximando-se e colando os dois corpos. Agora estava ligeiramente mais seguro. Ela não continuaria a insistir depois disso. A expressão dela ainda era indistinguível.

Lenna afastou gentilmente a mão de Diego, esticando a própria para retirar os fios molhados que caíam sobre a testa do loiro. Juntou suavemente seus lábios com os dele, em um beijo calmo e apaixonado. Ele enlaçou-a pela cintura e ela passou os braços pelo seu pescoço. A chuva diminuiu um pouco, tornando-se uma garoa fraca; eles eram os únicos no parque.

Lenna afastou-se, colando sua testa na de Diego. Suas respirações misturaram-se.

- Me diz que agora está tudo bem, Lenna – o homem sussurrou. Desejou por tudo no mundo que ela tivesse desistido e que se conformasse com a idéia de que teriam que ficar separados, para o bem dela. Porque Diego a queria assim como queria saber o gosto de seu sangue. Ao mesmo tempo em que queria acariciar sua pele, queria mordê-la e retirar todo o vermelho que se escondia por trás das veias azuladas. Ao mesmo tempo em que a amava, a odiava. A odiava por tê-lo feito amá-la tanto.

- Faça, Diego – ela disse num murmúrio quase inaudível através do barulho da chuva – Faça logo, eu sei que você quer. Eu te amo, e quero ficar com você. Eu quero e você quer, faça. Por mim.

Aquelas palavras sendo murmuradas por entre a água fizeram com que Diego perdesse qualquer resto de controle que restava. O olhar de Lenna só expressava certeza quando ele a encarou por uma última vez, antes de abaixar-se em direção ao seu pescoço alvo e molhado e ali tocar a pele com os caninos afiados. Aprofundou-os, rasgando a carne, e finalmente sentiu o gosto que tanto queria.

O sangue de Lenna tinha gosto de cobre.

Quem escreve

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Thais Pampado. 20 anos. Escritora e estudante de Produção Editorial. Apaixonada por livros e por escrever. Lê praticamente qualquer gênero, mas tem uma paixão especial por fantasia e YA.
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